domingo, 26 de fevereiro de 2012

um café, um cafuné.

Vou parar de te fantasiar para ver se você simplesmente aparece. Não consigo parar de tentar imaginar como é seu sorriso, seu gosto e qual será o apelidinho ridiculamente carinhoso pelo qual iremos nos referir. Vejo você e eu, deitados no sofá num domingo cinza, uma comédia romântica e muita cumplicidade. Apareça logo, vêm arrancar da minha boca todos os beijos e sorrisos que tenho para te dar.



Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber.


[Playlist: Sina Nossa - O teatro mágico]


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Ela estava lá. Os pés quase frios, o corpo nu colado ao dele e os dedos passeando por aquele corpo masculino. Ele não tinha rosto, não tinha identidade. Álias, tinha. Tem. Na verdade ele significava toda uma vida, toda uma teoria que acabava de ir por água abaixo. Seus corpos ainda trêmulos, os olhos pesados, salivas por todo o corpo e um cheirando ao outro. Mas e ai? O que resta? A Tv noticiava a trágica morte da adolescente em um parque de diversões e ele falava sobre possibilidades futuras. Tudo parecia tão irreal, tão transparente e vazio. Começava a fazer sentido a necessidade de algo menos superficial depois da súplica pelo gozo profundo.





[Playlist: Essa noite, não. - Lobão]



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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Chegue, toque, beije, lambuze(se), morda e morra. Seja a navalha virgem que abre um corte profundo na carne. Provoque o sangramento intenso até que o líquido quente e vivo se esgote. Assuma o papel de réu sem se vitimizar.

...Quando a alma transborda o corpo é o mínimo a se oferecer.



Se acredita, tenta
Se tá frio, esquenta
Se tá fora, entra
Se pediu, agüenta
Se pediu, agüenta... ♪


[Playlist: Lenine - Do It]


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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

E agora, hein?

"Permita-se" não significa "Erre". Se permitir de algo não significa deixar de lado a razão e mergulhar de cabeça em suas vontades. As coisas não precisam dar errado para oferecerem algo construtívo. As pessoas tendem a acreditar justamente no contrário, de que a queda é necessária, sempre e muito, para qualquer processo de aprendizagem. A queda é o meio mais comum, mas você pode aprender muita coisa enquanto caminha.





E quando eu não mais, quem é que vai cuidar de mim? Quem?



[Playlist: Léo Cavalcanti - Medo de olhar pra si]

Pare de sofrer de antemão
- não se julgue um cão -
Saiba que é difícil, sempre no início dá muito medo de olhar
pra si mesmo

Saiba que o ego é ilusão
- é um falso chão -
O verdadeiro ofício é se livrar do vicio
de se por um titulo e viver a esmo

Pra que se machucar com tão inútil contradição
Esse jogo insaciável de apego e aversão
Se desvalorizar é o mesmo que se super-amar
Ambos querem excluir o resto do mundo
Enquanto o seu tesouro fica preso lá no fundo ♪



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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

#desabafo

Aquela vontade de gritar um palavrão. De mandar a pessoa para o quinto dos infernos. Não apenas de falar para ela, mas de pegá-la pelo braço e entregar para Hades de presente, junto com um cartão e "Faça bom proveito!". Que raiva de gente que só serve para diminuir as outras pessoas. Que raiva de mim por permitir que isso seja possível. Mas é inevitável. Acontece que fico com aquela sensação de que nada foi reconhecido, que suór nenhum foi derramado e que eu continuo no mesmo lugar onde sempre estive. Sem aquele discurso de auto-ajuda sobre a vida ser uma roda gigante. Quero mesmo que a vida seja um livro, e que o final simplesmente surpreenda o pobre leitor.


Só para desabafar... Hunft!