Gostoso é ser apertada em todas as partes do corpo, em cada excesso. Sentir a mão desconhecida pegando firme bem onde você queria esconder, achando que ninguém gostaria de olhar aquele pedaço. É divertido ser puxada pela mão, desviar de beijos e ganhar piscadelas. Divertido é estar de bem com sua auto-estima e poder se sentir confortavelmente linda mesmo em meio a tantas mulheres cinco números menores que você. As unhas descascaram, a maquiagem foi borrada, o salto machucou os dedos e as pernas estão como se eu tivesse sido atropelada. Dancei, dancei bastante. Dancei para todos os par de olhos e também para mim. Quando ele me ofereceu, num simples gesto indicando a própria bebida, eu recusei. Mentalmente repeti umas cinco vezes que eu deveria ter aceito. Peguei o telefone, fingi que ia atender. 1,92. Dançamos enquanto nos beijávamos, foi legal. 28 dia 26 agora. *o que eu estava dizendo mesmo...?* Ahhhhhhh... Gostoso é ser apertada em todas as partes do corpo, em cada excesso. Melhor ainda foi dizer que eu gostava do jeito que ele me olhava, logo após um beijo demorado e daqueles empolgantes, e ouvir ele dizer que eu gostava talvez porque fosse sincero. (...) Quando eu estava indo embora ele me deu um beijo, dessa vez estalado e na testa. Tem como não se sentir especial?
segunda-feira, 25 de junho de 2012
domingo, 17 de junho de 2012
DONO
Foi estranho encontrar com aquela imagem, com aquilo que já era conhecido, que eu até repudiava de alguma forma. Os jogos foram evoluindo até a desistência ser bilateral. E foi ai, exatamente ai, em que o jogo deixou de existir e então jogadas foram as almas. Ambas, expostas... Cada um sendo o dedo na ferida do outro. Revirando, sangrando, chorando. Divertindo e cansando!
Eu não quero só o hoje. Eu quero até não cansar.
[Playlist: Daniem Rice - The Blower's Daughter]
;*
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Inquietudes...
Derramando na pele nua todas as minhas inquietudes como se as feras
rugissem mostrando os dentes. Como se os cios das coisas engravidassem a
semente e como se nela embrionassem os meus pensamentos. E nessa
densidade que me escorrega em fios translúcidos... A vida - Essa
meretriz que tanto enfeitiça como se doa, brilha na luminosidade mais
linda, e às vezes, penumbrenta invade feiticeira e mágica todos os seus
fetiches. Ai de mim que grito aos quatro cantos do universo todas as
palavras solfejadas no éter... Doida de pedra, louca, pirada. E se penso
em pingo d'água, imagino a tempestade, e se penso em brisa morna,
imagino a ventania desenfreada, e se penso em vinho, imagino os espaços dilacerados e escorregadios... Sonho feito menina, mas na verdade, sou
apenas uma mulher parindo fantasias...
;*
sábado, 2 de junho de 2012
(...)
Sem perceber eu havia permitido. Tinha liberado por espontânea vontade aquela parte minha que só eu sei e posso cuidar. Cada um de nós tem dentro de si algo grandioso, qualquer coisa que há qualquer momento pode explodir e fazer de uma simples vida uma linda história. Esqueça tudo que te empurra para baixo. Sente como se estivesse no fundo de um poço fechado? Você possui dedos e unhas fortes e, por mais incrível que possa parecer você esta sentada em cima de uma mola que com um simples comando de seu corpo te ejeta para o alto. Para mais alto do que você pode imaginar.
Esse outro alguém não pode mediar sua felicidade. Tome logo posse do que é seu. Se não, assim que você menos esperar toda sua auto estima terá minado e você irá se ver caçando, vasculhando entre palavras e olhares qualquer coisa que possa alimentar aquilo que você sente te fazer bem naquele instante, mas que com a escassez em alta apenas te destrói. Não se permita contentar-se com tão pouco.
E naquele jogo de conquista, de necessidade de auto-afirmação (não quero desqualificar, até eu sinto necessidade de me auto-afirmar) ele achou que me enganava. Tá ok! Ele me enganou. Enganou a parte de mim que achava que ele seria responsável por me arrancar sorrisos, apenas sorrisos. Era bom estar com ele. Ele é gentil, é agradável, preocupa-se com meu bem estar, mas, quando longe, sente a mesma necessidade de proporcionar todo esse conforto e bem estar para ela. Não, esse ELA não têm destinatária fixa, pode ser qualquer uma. Q U A L Q U E R, sente o peso disso? Ele quer reproduzir uma minisérie e eu quero dar rumo á minha história. Desculpa, paixão, estou indo ser feliz, me realizar. Talvez eu volte sim, mas quando EU quizer e achar que devo. Solta logo essas rédias, você não está no comando.
Esta é a parte de mim
Que você nunca arrancará de mim, não
Esta é a parte de mim
Que você nunca arrancará de mim, não
Jogue seus paus e suas pedras
Jogue suas bombas e seus golpes
Mas você nunca destruirá a minha alma
Esta é a parte de mim
Que você nunca arrancará de mim, não.
[Playlist: Katy Perry - Part of Me] ♪
;*
Não me deixe...
- Mas você não era criança demais quando passou na tv?
Claro que era. Em 2000 ela havia acabado de completar 9 anos.
Nem dois dígitos tinha sua idade e já buscava de maneira escondida viver aquela
intensidade. Grande na altura e ainda pequena nas ancas, seus cabelos saiam das
raízes quase loiros e as sobrancelhas pouco se notava. A vinheta começava e seus
pais tratavam logo de mudar o canal buscado algo mais apropriado para a filha
ainda inocente. Os pés gordos chocavam-se contra os tacos de madeira e da porta
do quarto ela gritava um boa noite insuspeitável. A noite seria ótima. Quase
sempre com suas calcinhas de algodão e os mamilos miúdos e rijos pontando na
camiseta infantil, ela tratava de abaixar o volume da tv no zero para que não
ouvissem vozes e interrompessem sua interpretação. Os olhos grandes e quase
verdes nem piscavam. Não queria perder uma cena sequer dos capítulos em que
Anita entregava-se a Nando, a Armando e a Zezinho. Lenina sorria a cada vez que
o rosto da atriz surgia na tv. Conseguia se imaginar naquele lugar, dentro
daquelas roupas, casas, carros. Dentro de cada abraço e beijo, vivendo a mesma
cena e sentindo as mesmas emoções. Assim que os ombros estreitos da atriz
giravam na tela, ela copiava da maneira como conseguia, erguendo-se sob os
dedos dos pés e ondulando os fios dourados na pouca luz que vinha da tv. O
sorriso de ambas era o mesmo. Os dentes grandes, infantis, o cheiro de pele
nova, o olhar de uma malícia quase inocente. Lenina não podia ouvir a música,
mas copiava os passos de Anita como se conhecesse a melodia e como se vivesse a
agonia lindamente cantada por Maysa Matarazzo.
01/06/2012
Flashes de cenas vinham em sua mente enquanto o carro seguia
fazendo aquelas curvas infinitas em uma estrada fria e contornada por árvores
de eucalipto.
- O Nando tinha uma caminhonete também, não tinha? - ele
perguntou sem olhar para o lado, segurando firme no volante e espremendo os
lábios, um contra o outro.
- Hunrrum, ele tinha. – Verdade! O Nando também tinha uma caminhonete.
Que seja, nada que possa ser muito significativo. Álias, claro que era
significativo. Ele lembrava. Lembrava daquilo que ela mais amava, os detalhes.
Continuou fazendo cara de nada e observando a paisagem tão interessante quanto
seu olhar perdido e seu sorriso apático. Porque ele tinha que lembrar?
- Canta para mim, canta? - Pediu com um sorriso safado no
rosto, aquele mesmo sorriso que ele sempre esboçava quanto tocava os bicos
arrepiados dentro de seu decote discreto. Ela pensou por alguns instantes
relutante, mas na verdade só esperava a introdução mental daquela tragédia.
-... Ne me quitte pas Il faut oublier. Tout peut s'oublier...
E
finalmente ela estava lá. Vivendo cada doloroso capítulo que há anos havia
assistido pela tv. Lenina só não imaginava o quanto era triste ser Anita,
Cíntia e quem pudesse ser para aquele homem que, assim como Nando, a tomava
feito um taxi e descia na esquina sacudindo as calças.
[Playlist: Maysa Matarazzo - Ne Me Quitte Pas ♪]
E quando vem chegando a noite,
Com um céu flamejante.
Vê como vermelho e o negro se casam
Para que o céu se inflame.
;**
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