terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Eu sou uma qualquer
Qualquer alma imunda sedenta por isso
O choro convulsivo se torna riso histérico
Eu me desconheço, eu não me habíto
O que eu fui não me contenta, o que serei não é a questão.
Tateando a alma sorrateira eu me percebo:
É confusão...
É convulsão... 
É confissão! (Você morreu!)
Parte é você, que partiu
Foi recuando e no chão se abriu um abismo
Sangue frio!
Você daquele lado, tragando a dor de outra morte
E eu exposta feito ferida aberta que sangra sem doer
O vermelho das unhas confundiu-se com o sangue vívido que ainda escorre enquanto eu me enfio nesse buraco aberto em mim.
A garra fere a carne (não mais a navalha), fincando, penetrando...

Ahhhhhhhh! 
Eis que minha boca cospe um gemido
um urro qualquer que descara o prazer.
...A dor é boa! Filha da puta...

ME FAZ DOER
ME ESTUPRO A FERIDA
VEM ME MATAR
VOU MORRER EM MIM! 




(Playlist: Powerfull - Major Lazer)

sábado, 21 de novembro de 2015

in.digestão

           Fui te comendo pelas beiradas, tentando ir aos poucos para te saborear melhor. Fui lambendo sua existência, engolindo a seco suas qualidades infindas e te devorando. Devorei!
Quem é você? Que sal da pele é esse que tempera minha carne e me faz tão mais gostosa do que eu sou (do que eu acho que posso ser)? O agridoce do seu beijo que me faz a saliva vir abundante molhando a boca e me faz só te querer. De onde vem isso? Te gostar me ataca a gastrite! Dois dedos na garganta e você não volta, merda! Eu não quero te cuspir, mesmo pensando e você dizendo que pode destruir toda minha mucosa (mesmo que você não queira). Eu quero enjoar! Quero sentir os solavancos do estômago te expulsando. Eu te quero, independente do custo, do prognóstico e de expectativas. 
             Bulímica de paixão, eu sei que sou! 







E quanto a você, me engole de uma vez, mas não me mastiga assim!

(Playlist: Lana Del Rey - Gods and Monsters)

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Me lambeu feito doce
Me engoliu como se whisky eu fosse 
e me propôs um brinde.

Gemeu entre os dentes enquanto eu mordia sem dó
e o meu corpo branco cheirou inteiro fazendo do gozo o pó;

Amaldiçoou o casual e sorriu
como se fechasse o acordo proposto 
entre nossos corpos nus e entregues ao cio.

Mastigou, engoliu,   c  u   s   p  i   u...
Adrenalina pura!
Pressão forte na nuca!
Navalha poética ferindo a carne crua.
 

 

(Playlist: Aerosmith - The Grind)



segunda-feira, 13 de julho de 2015

Eu que sempre tive problemas com começos me pego com todos os problemas com um final.
Os fones trazem para o tímpanos as rimas de um rap qualquer, enquanto as lembranças passam pelas retinas como se fossem um filme. Um curta metragem Europeu, dos bons. A racionalidade me faz questionar os porquês, quanta bobeira. Algumas coisas começam com cara de final. Ou você acha que uma lua cabalística tem cara de algo que daria "certo"? Certo deu. Certo até demais. (...)  Bom senso, impulso mal pensado, alvo no futuro, méritos do passado, sorri o dia inteiro, metade mau humorado, papel machê, papel pardo, yang, yng, inicio, fim.... E Mario Donato estava certo em cada parágrafo de sua grande obra: estava escrito! Quanta bobagem aleatória em uma única postagem. Cadê a menina cética e metódica? A trincheira foi superada. Cronologia não é nada perto da intensidade do existir. Foi enigmático, indecifrável, misterioso, obscuro, obtuso, secreto... e mais dezenas de adjetivos que possam deixar qualquer coisa com cara de tesão! Ele me mordeu. Mordeu o meu corpo branco e mordeu a minha existência. Me penetrou, começando pelos ouvindo. O que esperar de alguém que é a própria música? Estuprou meus ouvidos com o violão, esqueceu as letras, me beijou com boca de cachaça e me lambeu de nicotina. FODA-SE O MUNDO LÁ FORA, rolou conexão! Me promete? E eu prometi. Vai ver promessas tenham pesos diferentes para nós. Se tudo teve um porque, talvez um dia as respostas cheguem até mim.   s i n c r o n i c i d a d e  .
O Propósito inflexível segue o fluxo sem pressa...
 ... romance de verão, brisa leve, passageira...
Au revoir...
Cigana.



(Playlist: Vagabundo também Ama - Oriente)





segunda-feira, 6 de julho de 2015

Confissão!

Me jogar no mar selvagem que mora entre tuas pernas, me fez marinheira sábia, pois hoje sei que após cada tempestade, teu líquido, tua lágrima e saliva se misturam na minha boca sedenta do teu gosto.
Teu sal é o néctar do meu paladar….
Que desde sempre treinado para o doce, é pego surpreendido pelo salgado do teu corpo. 
Não! Doce é teu beijo, com o doce do elixir de cana, do cravo e da canela (GABRIELA!)
Tua língua, que me queima suavemente, marcando minha pele com lambidas sórdidas, me faz refém do silêncio abafado que fazes ao possuir-me entre seus lábios.
Cada vez que te vejo andar, meio sem rumo aparentemente, mas vindo ao meu encontro, vejo a luz dos teus cabelos, barba e pêlos, e sinto como se eles fossem cordas que me agarram a ti.
Teus olhos, espertos e inquietantes, me devoram e me desnudam a cada instante ao teu lado.
Me sinto nua, revelada, e x p o s t a!.
Meus dedos no teu sexo, me tiram a calma, são minha sina e o meu karma.
É rebeldia uma garota sentir-se querida no colo precoce de um outro alguém?
Eu não sei…
Mas sempre que o vejo distraído, com um sorriso no canto da boca e um universo inexplorado dentro dos olhos, tenho certeza: não há um mortal nesta terra que não se renderia a isto, e eu que não sou besta, me entreguei.




{Playlist: Kings Of Leon - Closer}