quarta-feira, 10 de setembro de 2014

 
Que nem minha sombra me siga
Pois já não tenho certeza dos meus passos
Não prometo sombra e água fresca.
Mas uma coisa prometo, a incerteza.
Corre-se o risco de morrer afogado, queimado, dilacerado
Mas é de cabeça que se pula.
Qualquer escolha que seja, é aventura
Escolher ficar gera tantas incertezas quanto decidir ir embora.
E é de vontade que me alimento
E o medo não mais me devora.






[Playlist: Korn - Never Never] 

:*

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Como pensar quando ainda se sangra? Essa pergunta é a que todo mundo se faz enquanto ele ainda sangra sorrindo. Ao final do combate ele se mantém ali, firme com as mãos erguidas e todos gritam. Assim me vejo nesse instante...

Eu só pensava em ir para a casa depois de tudo. Tudo? O que seria tudo? Vida fácil. Apanha. Bate. Levanta. Mas meu coração conta a história de uma noite de desafio.

Naquela noite fui surpreendido por aquela mulher que me fez me sentir vivo de alguma forma. Ela, uma moça intelectual que sempre repudiou agressões, lutas. Tudo mudou quando ela cravou os olhos em mim. "Como vai?" - ela perguntou, "Bem..." - eu disse. Minha boca ainda cortada pelos socos respondeu automaticamente mas minha alma queria chorar. Meu corpo exibia músculos e pequenas cicatrizes. Suor e o cheiro da vitória! Mas por dentro era sangue na garganta, sangue no nariz, nas costelas que ainda doem devido aos pisoes que me foram dados. Doem os joelhos, os pés...

E ela a delicadeza em pessoa que costuma usar o cérebro como arma, conseguiu com um sorriso me dar um golpe direto no coração, fazendo com que meus músculos que, apesar de qualquer medo nunca tremeram, estremecerem diante de um humano. Senti um calafrio que não era causado pela noite fria. De alguma forma tentei usar a força mas ela com sua mente maravilhosa penetrou fundo em meus olhos e me dominou. Ela para e, com todo cuidado, me diz "Que lindos seus cílios!" mas mal sabia que ainda havia sangue em meus olhos e eu precisava limpar. É claro que aceitei o combate, mas na verdade, hoje sei que deveria preferir outra surra.

Me colocou sentado e ao invés de limpar o sangue com algodão, ela lambeu. Minha mente já dominada pelo que estaria por vir me fez lambê-la também. Para minha surpresa ela usou a força. Levantou uma sobrancelha, travou os dentes e franziu o nariz, me segurando forte pelo pescoço. Eu não sabia que ela conseguia esganar com mãos tão pequenas... Me deu três tapas na cara e disse: "Cachorro! Acha mesmo que não vi suas calças?" E eu sorri exibindo a boca cheia de cortes, eu adorava aquilo, me excitava. 

Quem estava dominando? Em qual lado do chicote eu me encontrava? Se a garota bela, branca, sensual e inteligente extrapolou, chegando a usar a força contra mim, quem será que tinha o domínio da situação? Eu mesmo! Enquanto me despia ela me arranhava. Me batia, me mordia, me chupava. Eu a joguei no chão como num golpe, a deixando submissa e a fiz implorar pela penetração. Ela me ensinou o domínio enquanto usava a boca em mim. Lacrimejou e ainda assim enfiava até o fundo, se tocando e me servindo na boca os dedos molhados em sua intimidade. 

Eu, forte o suficiente para empurrá-la, não o fiz. Simplesmente me entreguei até o último segundo. Ela foi embora levando junto um pedaço de minha alma. Nunca ninguém escapa de meus golpes, de minhas mãos, da guarda-fechada, mas ela, ela ainda com meu sangue e saliva espalhados pelo corpo, com o cheiro do meu suor na pele conseguiu escapar pelos meus dedos. 

Ela me deixou apenas o seu cheiro em minha mente, a saudade, a lembrança de sua voracidade e o medo de perdê-la. Vou recuperar minha alma que ela roubou. Sabe como? Vou vencer outro combate, dessa vez como um zumbi sem alma, mas vou. Ao sair na rua vou me fazer vulnerável e ela vai me atacar novamente, ela virá com com outro sorriso e me enfraquecerá com aquela cintura. Mas eu prometo me recuperar para ferir a mente dela, fazendo-a vir atrás de mim (assim como fui atrás dela) para se curar. Duvida? Foge enquanto ainda há tempo, enquanto meu coração está arfando sem compasso, por que lutador vai,  e vai com medo mesmo.





[Playlist - A-ha! - Take on me]

:*

...E ela disse Adeus! 

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Devaneios part II

Eu odeio a maneira como ela morde a unha do dedinho quando está nervosa, morder mesmo, a ponta do dedo sabe? Ela não rói as unhas. Parece que tem a mania de manter a boca ocupada. Seja tagalerando efusivamente, seja engolindo alguém num beijo, ou então, pior, bem pior para a minha imaginação (que explode só de pensar naquele nome) devorando uma fatia suculenta de melancia enquanto atravessa a rua. Sério, quem faz isso? Quem come uma fruta que escorre pela boca no meio-da-rua? Ela faz isso! Ela passa uma leveza enquanto caminha, parece que a roupa que ela usa não foi feita para o corpo dela. Ela deveria andar nua! A única coisa que, de certo, combina com aquele corpo branco é a brisa passando de leve, assim, só para arrepiar e dar rigidez aos mamilos delicados. Ela é uma filha-da-puta! E só não concorda quem não conhece.

A lebre que assusta o leão, que ao invés de se alimentar do pequeno bichinho, fica imóvel, e s t á t i c o, esperando a lebre deitar sob sua pelugem de realeza.
O beijo prometido e não dado.
O corpo deitado no sofá, que você, sem saber como mas querendo reagir, choraminga o depois por não ter se jogado sob aquelas coxas.
Ela é o NÃO no meio de tantos sim's que você, criança mimada, teve a vida toda.

Tira vai!
Tira essa mulher do pensamento, essa mão de dentro da cueca...
Tira da sua vida enquanto você ainda se governa.

Depois não diz que eu não avisei!








(Playlist: Kings Of Leon - Closer)

:*

domingo, 24 de agosto de 2014

Devaneios pt. I

..Daí, ele me disse: "Você é um avião!". Eu ri, disse que foi uma das piores cantadas que já ouvi, perguntei se ele tinha aprendido essa com o avô e ele fez um sinal de negação com a cabeça. Eu sorri e ele perguntou: "Por que com meu avô?". Respondi: "Avião? Aff! Que pior! Por que eu seria um avião?"

Ele, então, explicou: 

"É, avião! Você vive alta porque sonha demais e sempre que toca no solo, é somente para pegar combustível para continuar voando... Seus pés foram feitos para dançar com o vento, e, sua cabeça, convenhamos, vive nas nuvens! Seu coração é quase um diário de bordo: registra e guarda todas as suas horas de voo, os acidentes de percurso e as milhas de relacionamento. Mas, a sua mente, essa sim é sua caixa preta! Nela, é aonde as coisas mais importantes estão registradas: seu sorriso, suas lágrimas, suas paixões, sua vaidade e seus segredos, afinal, toda mulher é feita de mistérios.

Eu acho que meu céu tem o cheiro do seu cabelo molhado...
Enfim, numa relação entre eventos bons e ruins, nasceu sua personalidade. Você é encantadora sabia?! Mesmo com essa cara de brava, com essas sobrancelhas!

O desenho dos seus olhos me lembram o nascer de um novo dia; me mostram oportunidades em amanhecer azul claro, perdidas no céu da sua boca. Eu gosto de ver como o dia nasce... Às vezes imagino que Deus é um pintor pela forma de como as cores vão ganhando um espaço no céu, no decorrer de como a manhã se abre. Por falar em abrir, o nascer do dia parece a abertura de um sorriso do horizonte. Eu adoro a forma como você sorri...

Certezas, eu não tenho nenhuma, mas acho que nosso romance teria as cores de um fim de tarde e, por você ser um avião, acredito que iria ver o dia nascer nos seus lábios e se por no seu calcanhar, que eu beijaria todos os dias.

É, você é um avião! Acho que todo garoto já quis ter um ou, pelo menos, estar em um. E, qualquer um ao seu lado se sentiria flutuando... Se sentir livre ao lado de alguém é quase que sentir a liberdade dentro de um objeto, feito de metal, que voa. Apesar de toda a física, aviões são feitos de ferro, lata, fios e sei lá o quê...

Ao seu lado, sinto um frio na barriga. Me avisa se for decolar, prefiro fechar os olhos ao ver o horizonte sumir na minha frente e sem garantia nenhuma de que vou por os pés no chão de novo. Mas, pensando bem... Essa sensação não é incrível?!

No meu caso, sempre que vejo um avião, imagino de onde será que vem? Pra onde será que vai? Quantas pessoas já passaram pela sua história? O que já viveu? Aonde será que gosta de ir? Quantos beijos trocou com as nuvens? Quantas turbulências enfrentou para chegar ao seu destino? Quantas histórias compõem sua história?
Enfim, imaginei tudo isso quando meus olhos cruzaram os seus, num voo rasante naquela noite.

Hey, bonita! Eu só queria voar contigo..."




(Slim Rimografia - Ela é Zika)


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Desconfio que já nasci no tédio...
Porque sempre preciso de uma loucura qualquer que me valha, que faça meu sangue correr uma maratona por cada canto do meu corpo branco; de uma bebida mais forte que azede o beijo e machuque as papilas; de uma tragada a mais que surre meus alvéolos contaminando cada célula quando meu coração pulsa mais forte, carregando o veneno e provocando o desequilíbrio; de um sapato novo que emoldure os dedos simétricos, pálidos e dê base firme para as solinhas finas. 
Dia após dia eu sempre preciso de uma nova distração! 
De um novo cheiro;
De um novo lugar;
De uma nova melodia;
De uma nova poesia;
O novo é aquela coisa que me atrai e me assusta!
Dá alegria e dá medo

E eu? O que eu sou? 
Eu sou Mariposa de pensamento livre que voa e invade os cômodos estuprando a intimidade e revirando os ânimos a procura de luz. 
Que procura e encontra a luz que alimenta e que mata

Fim de linha!
Barreira!



(Charlie Brown Jr. - Quinta-feira)
Parecia inofensiva mas te dominou, te dominou, te dominou, dominou.... ♫




:*


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

       Não, eu não estou plenamente feliz e realizada. Sei disso por que quando a felicidade me invade eu esqueço de dar as caras por aqui. Esse lugar é meu aterro sanitário de dores da alma, dores da existência. 
        Eu não estou plenamente feliz por que na verdade ninguém o é. O que acontece é que as vezes a vida parece esquecer das nossas feridas, deixando-as secarem e começarem aquele processo de cicatrização. Ai a gente esquece que ela existe, se acostuma sem a dor. Eis que, nesse processo, surge aquela maldita coceira e a gente vai e mete o NOSSO dedo na NOSSA ferida. Ai ela volta a sangrar novamente.

        Bom, eu não vim dizer que não sou a felicidade plena em pessoa. Qualquer um com o mínimo de senso crítico e de realidade sabe que a felicidade não existe, o que existe é a eterna busca por ela, que faz a estrada ficar mais colorida para no final, repararmos que feliz mesmo foi chegar ali, foi ter aproveitado a paisagem e  as pessoas que encontramos durante a viagem.

        E foi pensando nesse meu estado momentâneo de infelicidade que eu cheguei a conclusão que eu me prefiro mil vezes assim, como sou hoje, agora. Mil não, um milhão de vezes mais!! Eu me prefiro assim, toda desconcertada, toda rascunhada por que é assim que eu sou. Quando digo que hoje sou muito melhor do que já fui não falo me valendo apenas de meu corpo 70 kilos mais magro. Eu me valho pela Lenina idônea que eu sempre fui e pela Lenina real e autêntica que eu me tornei. Eu passei a escolher meus caminhos, a escolher minhas roupas, a escolher meus amores e não mais ser a escolhida. Eu era um buraco até o talo de carência que aceitava o que me propunham, aquele típico "O que vier tá bom!". Só que não




quinta-feira, 31 de julho de 2014

      Ai eu me pergunto. Onde isso tudo vai chegar? Qual o real objetivo de todas essas coisas? Dessa vida inteira. Esse pensamento me martela a alma e a sanidade. Fico o dia todo dolorida, cheia de hematomas psicológicos e cheia de vontade de... FIM!
      Viver não é uma obrigação, é um direito. E quando alguém quer abrir mão de algo que lhe é DIREITO, nada mais justo do que ele tomar posse daquilo que é dele. Morrer nunca me pareceu assustador. Assustador mesmo é viver. É viver essa vida sem saber qual o sentido de todas essas coisas, sem imaginar qual a lógica desse mundão contraditório.
       Tenho tantas prioridades na minha vida e nem sei por qual delas começar. Tenho vontade de abrir mão de coisas (coisas essas que são - não, na verdade não são - a garantia de algumas outras coisas mais para frente), tenho vontade de mandar as favas essa ilusão e busca por uma carcaça perfeita (incluso nesse PERFEITO os MEUS critérios do que é belo), essa vontade besta de querer ter mais dinheiro.
E só de reler essas coisas eu tenho vontade de explodir.
       Acontece que eu, assim como boa parte do mundo vivo em busca da felicidade plena e esqueço de viver os pequenos momentos felizes ao longo do caminho.
Eu disse a minha vida toda que a viagem é mais importante que o destino, mas vivendo na pele todas as contradições humanas que me compõem, eu sinto o discordar dessa teoria. FODA-SE essa viagem, eu quero logo é chegar LÁ!

Outra questão... LÁ onde?

Merda!

quinta-feira, 24 de julho de 2014

É muita ironia te culpar por me achar louca, se minha loucura é a única certeza que tenho na vida. É quase um bem irrenegável. A terapia me tira os versos (por que junto com ela se vão todos os meus nós) e a serenidade me torna alguém irritantemente NORMAL!
 Não. Eu sou louca. É essa intensidade que me faz assim. É não saber a hora de parar.
E você usa isso pra me diminuir. Filho da puta. Minha loucura é minha e é o que eu sou. Você se apaixonou assim. Aliás, você se apaixona todo dia assim. Pela minha inconsequência. Pelo meu medo que grita e eu não escuto. Eu sou a rainha das minhas próprias desgraças e dos meus próprios defeitos! - que são meus e eu os amo assim, bem como eles são. 
Eu não vou ser a mulher lúcida e controlada que sempre pensa o que fala (não mais!). A lucidez me deprime. Serei o exagero, o excesso e a certeza de que as consequências virão. Talvez eu não as aguente – isso é típico de mim, não é? Explodir no final e nunca contar até dez. Esta sou eu. Abrir mão dos meus excessos é abrir mão de mim. Até porque eu duvido que eu consiga algum dia. Mas esqueça. Eu não vou tentar. (tentar pra quê?)
E não me olhe desse jeito, como se eu estivesse estragando tudo. Guarde essas repreensões para alguém que vá escutá-las. Para alguma moça doce e serena que não se exceda nunca (como eu sempre fiz, pobre de mim) e que cuide das suas roupas e te faça um café. Que compreenda seu mau-humor e não te diga o quanto ele é i n f i n i t a m e n t e entediante. Alguma que coopere contigo. Alguém confortável, pra quem você não vai conseguir olhar por quinze minutos sem nausear. Sem querer sair correndo e vir buscar o cheiro de quem acaba com a sua vida e ao mesmo tempo guarda a sua paz. 
Curiosamente. A vida é curiosa, né? 
Porque você me chama de louca enquanto ama a minha loucura. Os meus erros. Dos meus berros. Você gosta é de mim. E exatamente como eu sou, doida! 
Espero que me perdoe por te desnudar assim. Aqui estou, novamente, pedindo perdão enquanto planejo meu próximo desacerto. É que eu peguei gosto por me dilacerar, e o mundo acaba indo junto. Enfio o dedo na garganta e vomito no papel. Vai desculpando. É que não quero escrever convenientemente, nem por mim nem por ninguém. Já agi tanto por conveniência nessa merda toda, que não é justo que eu abra mão da única coisa que me permite ser inconveniente que são as minhas palavras. Quem se importa com elas, aliás? 
Quem escreve com a alma nunca tem um final feliz. Todo escritor morre de porre ou de amor. E eu não posso fugir à regra.

Tô aqui, amando e quase explodindo coraçõezinhos vermelhos por onde eu passo!
Acontece que o amor é o grande barato da vida! É essa coisa fodida que faz você ser melhor no seu pior. E que não dá vontade de parar nunca... VAI! Me ama logo, me ama mais uma vez, me ama sempre e deixa eu continuar te amando!
 Sou essa louca desconexa que não fala coisa com coisa, mas tenho certeza que é na sua barba que eu quero descansar meu dedos doídos de tanto digitar. São nos seus ombros que quero deitar minha cabeça aflita, meu cérebro pulsante e delirante todas as vezes que essa fusão de TODAS EUS vierem me atormentar.

Eu sou sua, minha e te quero meu! Pode ser pra sempre? 

Pronto. FIM! 

terça-feira, 20 de maio de 2014

Louca, pirada, maldita, bruxa, macumbeira. 
Ela é tudo isso aí, coisa vinda dela não pode ser coisa boa.
Ai que tá, é fenomenal. É ~extraordinário~

ES-QUI-ZO-FRÊ-NI-CA!

Dizem que ela fala de si própria em terceira pessoa. Onde já se viu isso?
Só sei que aaai daquele que mirar para aqueles quase verdes dos cílios quase gigantes. Não descobri ainda se ela é um pouco do céu no inferno, ou um pouquinho de inferno no céu. Vai ver é tudo isso, vai ver é mais

Tô aqui para responder mas meu instinto só faz instaurar mais dúvidas. Eu vivo em função de entortar exclamações.

Já leu algo que fez você confundir seu próprio pensamento com o que estava lendo? 

Que bela porcaria!! 
Isso, vai! Esbraveja! Amaldiçoa! Desmere!
Tenta fazer parecer podridão enquanto outro mais sortudo morde a poupa da fruta!

Tá, chega!
Onde eu assino esse vômito auto-biografico?






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