segunda-feira, 2 de abril de 2012



Aquele trecho que eu ouvi a reproduzi a minha adolescência inteira hoje me fez refletir por alguns minutos. "Não importa por quanto tempo você viveu, sua vida é contada por quantos minutos você ficou sem respirar" Algo mais ou menos assim. Acontece que eu passei a discordar disso. Passei a ser categórica ao afirmar que não, não é bacana alguém chegar na sua vida e te tirar o fôlego e a concentração. Comecou a fazer mais sentido o trecho da poesia do Cazuza, que diz "Quero um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida."
Eu não quero uma paixão. Não quero votos, alianças e todas essas cafonices com alguém que simplesmente tire meu ar, que me bagunce. A ideia de alguém aparecer, te desmoronar e tudo ser lindo, é legal. Em filme, em livros. Já pensou na idéia de encontrar alguém, alguém que você jamais esperou que pudesse, mas que chegou te enchendo de ar e inspiração? Que segura teus pés, mesmo depois de ter ouvido você dizer que os odiava. Que não gostava do tamanho, do formato, que tinha vergonha... E acaricia-los como se fossem os mais lindos? Que olha seus defeitos e suas neuroses com respeito? Que diz te amar e não cobrar por não ouvir um 'Eu também'?

(...) Nós, na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia.

E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente nem vive
Transformar o tédio em melodia...
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno anti-monotonia... ♪

[Playlist: Cazuza - Todo amor que houver nessa vida]


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