quarta-feira, 17 de março de 2010

Ja fazia tempo que eu não chorava.
Nunca foi tão simples assim, me sensibilizar e pronto.
Eu nunca me permiti chorar, ainda mais se fosse para ou perto de alguém que não fosse eu mesma ou uma de minhas outras possibilidades. (Nem mãe, pai, irmãs entram na jogada). Mas foi impossível conter qualquer coisa que quizesse se exteriorizar de mim a não serem as palavras. Eu falei. Falei e chorei.
Chorar é bom, chorar limpa alma. Mas em contrapartida nos faz parecer vulneráveis a qualquer readaptação.
Ela me olhava com aqueles olhos verdes riscados de laranja tão marejados e afogados não só em lágrimas, mas também na imensidão que nos parece ser a 'adolescência'. Foi ai que eu não me conti. Chorei junto quando ela me disse que não queria mais ouvir aquilo ou aquilo outro. Não chorei por dó, jamais. Chorei por não poder ajuda-la a não ser a ensinando a superar. Respirei fundo e chorando mais um golinho eu expliquei. Disse que o mundo é injusto mesmo, as pessoas riem mesmo e nós devemos sempre nos superar. Superação impede gozação, essa foi a dica.
E quando já não me aguentava mais de chorar, fui tentar espairecer as idéias, pensar mal dos outros. E ela me vem com aquele corpo lindamente juvenil, desenhado com pincéis de ouro e de simetria inimaginável e me abraçou.

- Obrigada. Obrigada por ser minha irmã e me ajudar a não ser igual a todo mundo. Te amo.

Claro. Lá fui eu chorar outra vez.




Às vezes em certos momentos difíceis da vida
Em que precisamos de alguém pra ajudar na saída
A sua palavra de força, de fé e de carinho
Me dá a certeza de que eu nunca estive sozinho ♫

[Playlist: Amigo - Roberto Carlos] - beiiijo ;*

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