sexta-feira, 2 de setembro de 2011

(...)

Eu estava no carro, quase 80km/hr naquela avenida de mão dupla que chegava em meu bairro. O carro da frente sinaliza a esquerda e entra no motel. A mulher era mais alta que ele, ou pelo menos sentada parecia ser. Sorri comigo mesma e sem conter que meu pensamento se diluisse com a atenção ao volante e se transformasse em palavras, fui dizendo.

- Engraçado, não é? Eu aqui, do teu lado e se eu cismar e quizer, te levo no motel agora. - Ela sorriu no banco do passageiro, já abrindo as pernas e roçando o joelho no câmbio. Achou que eu não notei e continuou me olhando. - Sabe, se eu fosse um homem eu te levaria, agora. Chegando lá você faria sua melhor performance e sairíamos satisfeitos, mesmo sem você ter sentido tesão algum, e ainda se sentiria satisfeitíssima, sem nem ter gozado realmente. - Ela concordou com os olhos, eu vi que sim. - Mas com agente é diferente. Chegando lá, por mais emputecida que pudessemos estar, entrariamos num clima bom e mútuo. E a vontade nenhuma se transformaria em vontade real, e seria delicioso. Assim, sem fingir nada. - Eu embalei, sorrindo. - Engraçado como uma mulher não consegue jamais fingir para outra. Vamos embora, vamos. Preciso comer alguma coisa, certamente menos gostosa do que você.



"Ela faz amor tipo casual.
Atravessa a dor e não fica mal.
Eu fui condenado sem ter juiz;
Me senti culpado de tão feliz."


[Playlist: Quase amor - Pedro Mariano]


Beijo ;*



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