terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Tears Dry

 

 

Amy Winehouse cantava rouca nos alto falantes do aparelho de som. A amiga, tão pequena e frágil, não podia ser vista pelo reflexo do retrovisor. Estava inquieta, trocando de lugares no banco de trás.

- Sabe, desta vez está diferente. Não sei dizer como mas está. Talvez seja porque acabei de sair de um relacionamento, uma decepção, sabe?

Eu sabia e ao mesmo tempo não. Todas as minhas certezas estavam em jogo desde o rompimento. Eu ainda estava de luto, com o mesmo misto de sensações que a amiga tagarela não parava tentar de entender e descrever.

- Acho que é porque eu ainda estou na defensiva, sei lá.

- É que agora é uma coisa mais madura, – afirmei buscando alguma certeza dentro de mim.

- É, pode ser. Acho que porque é paixão.

- Eu não acho que tenha paixão.

- Não?

- Não! – pontuei.

- ….

- … paixão é mais inconsequente.

- É!

- Mas, isso é bom?

- Não! Mas é seguro.

(…)

 

[Playlist: Tears dry on their own – Amy Winehouse]

 

Beiijo ;*

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário