sábado, 19 de novembro de 2011

e o destino?


Eva chegou ao mundo causando transtornos. Sua mãe fugiu logo após dar à luz, causando em seu pai uma profunda depressão. A garotinha cresceu educada por um homem, um advogado esforçado e falido. Aos 18 anos, ingressou na faculdade de direito, como seu pai havia sonhado, empenhava-se em ajudá-lo em pequenos casos até formar-se e tê-lo na primeira fila, aplaudindo-a de pé. Era o maior orgulho que ambos sentiriam na vida.
Assim que chegaram em casa após a formatura, André, seu pai, a chamou no pequeno local que costumava chamar de escritório. "Estou infinitamente orgulhoso de você, querida. Minha missão está cumprida." E suicidou-se. Eva sentiu a dor invadir teu coração e decidiu que seria uma advogada reconhecida em São Paulo. Estava errada. O dia da garota começara desastrosamente. A cerimônia de juramento, no gabinete do promotor de justiça, estava marcada para oito horas da manhã. Eva preparou suas roupas cuidadosamente na noite anterior, armando o despertador para acordá-la às seis, a fim de ter tempo para lavar os cabelos. Mas o despertador não funcionou. Eva acordou às sete e meia e entrou em pânico. Desfiou um fio da meia quando o salto do sapato quebrou e ela teve de mudar de roupa. Bateu a porta do pequeno apartamento no mesmo instante que se lembrou que as chaves estavam lá dentro. Planejava pegar um ônibus para ir ao prédio do tribunal, mas isso agora era impossível. Teve de pegar um táxi, luxo a que não podia se dar, sendo atormentada por toda a viagem por um motorista que lhe explicou por que o mundo estava prestes a acabar. Foi então que decidiu: a carreira de advogada estava acabada. Dra. Eva Pimentel, aos 24 anos, seria puta.


"Rebolar em postes, colar em corpos, vender, de qualquer modo, os vasos, as peles, os pêlos todos: Vaginas em vitrines." - Teus restos, Madalena.


[Playlist: Heart-shaped Glasses (when The Heart Guides The Hand) - Marilyn Manson)



Uma lambida e marca de batom. ;**




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