sexta-feira, 8 de agosto de 2014

       Não, eu não estou plenamente feliz e realizada. Sei disso por que quando a felicidade me invade eu esqueço de dar as caras por aqui. Esse lugar é meu aterro sanitário de dores da alma, dores da existência. 
        Eu não estou plenamente feliz por que na verdade ninguém o é. O que acontece é que as vezes a vida parece esquecer das nossas feridas, deixando-as secarem e começarem aquele processo de cicatrização. Ai a gente esquece que ela existe, se acostuma sem a dor. Eis que, nesse processo, surge aquela maldita coceira e a gente vai e mete o NOSSO dedo na NOSSA ferida. Ai ela volta a sangrar novamente.

        Bom, eu não vim dizer que não sou a felicidade plena em pessoa. Qualquer um com o mínimo de senso crítico e de realidade sabe que a felicidade não existe, o que existe é a eterna busca por ela, que faz a estrada ficar mais colorida para no final, repararmos que feliz mesmo foi chegar ali, foi ter aproveitado a paisagem e  as pessoas que encontramos durante a viagem.

        E foi pensando nesse meu estado momentâneo de infelicidade que eu cheguei a conclusão que eu me prefiro mil vezes assim, como sou hoje, agora. Mil não, um milhão de vezes mais!! Eu me prefiro assim, toda desconcertada, toda rascunhada por que é assim que eu sou. Quando digo que hoje sou muito melhor do que já fui não falo me valendo apenas de meu corpo 70 kilos mais magro. Eu me valho pela Lenina idônea que eu sempre fui e pela Lenina real e autêntica que eu me tornei. Eu passei a escolher meus caminhos, a escolher minhas roupas, a escolher meus amores e não mais ser a escolhida. Eu era um buraco até o talo de carência que aceitava o que me propunham, aquele típico "O que vier tá bom!". Só que não




Nenhum comentário:

Postar um comentário