segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Púrpura em algodão

O roupão pesado varreu todas as migalhas que cobriam o tapete da sala. Era imenso, felpudo e roxo. Parecia abraçá-la num momento de intensa instabilidade emocional. Dedos de velho. Quanto tempo não entrava no chuveiro pensando “ - Só vou sair quando os dedos enrugarem”?
As pálpebras já pesadas mantinham-se insistentemente abertas. Lembrou de outro dia em que disse que de seu misto de sentimentos, sempre conseguia sorver coisas boas (pelo menos de acordo com seu senso auto-critico-literário). Não fazia idéia que com as digitais todas amassadas, os dedos ficassem sensíveis ao ponto de confundir as teclas que já sabia de cor e salteado. Encheu os pulmões e respirou o ar do novo dia. 07:39 AM. Além de tantas outras coisas que havia aprendido no dia anterior, aprendeu que não é preciso dormir para ver aquelas 24 horas acabarem. Um bom banho, lagrimas sofridas e um roupão roxo já bastavam para ajuda-lá.

(Maldita dor de cabeça u_u)

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